Diabetes Mellitus
Encare a Diabetes de forma diferente
O que é a Diabetes Mellitus
A Diabetes Mellitus é uma doença crónica caracterizada por uma quantidade excessiva de açúcar (glicose) no sangue. Esta ocorrência é causada por um defeito na função ou na produção de insulina efetuada pelo pâncreas.
A insulina é uma hormona que tem como função a regularização do nível de glicose no organismo.
A glicemia é considerada normal se, em jejum, estiver situada entre 70 mg/dl e 110 mg/dl e se for inferior a 140 mg/dl duas horas após uma refeição.
Atualmente, a Diabetes é classificada em dois tipos: Tipo 1 e 2.
Diabetes Tipo 1
A Diabetes Tipo 1 é diagnosticada com maior frequência durante a infância e a adolescência. Segundo o Registo DOCE1, em 2015, 3327 indivíduos com idades compreendidas entre os 0 e 19 anos, o que corresponde a 0,16% da população portuguesa neste escalão etário, sofrem de Diabetes.
As causas da Diabetes tipo 1 não são ainda plenamente conhecidas. Contudo, sabe-se que é o próprio sistema de defesa do organismo (sistema imunitário) da pessoa com Diabetes, que ataca e destrói as suas células beta pancreáticas produtoras de insulina.
Fatores de risco
Apesar do avanço tecnológico e da investigação, as causas da Diabetes Tipo 1 ainda permanecem desconhecidas. A predisposição genética e o ambiente, desempenham um papel fundamental no surgimento das Diabetes.
Fatores Genéticos: observa-se uma maior predisposição à patologia em indivíduos com pais ou familiares com Diabetes Tipo 1.
Fator Ambiental: hipotetiza-se que algumas infecções virais, ou mesmo as mais comuns, podem desencadear a doença em indivíduos geneticamente predispostos.
Tratamento
Devido à falta de produção de insulina, a Diabetes Tipo 1 tem como tratamento a administração de insulina. Existem medidas que podem auxiliar o controlo dos níveis de glicose, estas podem ser a dieta equilibrada, a prática de atividade física e, uma vez que é necessário colmatar a falta de produção de insulina, a sua administração diária é fundamental.
Esta terapia incide na injeção de insulina com uma seringa ou uma caneta de insulina. A insulinoterapia tradicional utiliza dois diferentes tipos de insulina: lenta e rápida.
A administração de insulina de ação lenta tem como função suprir as necessidades básicas do organismo, como por exemplo a respiração. A insulina de ação rápida é injectada no momento das refeições, sendo calibrada com base nos hidratos de carbono da dieta, no valor medido da glicose e na atividade física realizada ou a ser realizada.
Deve ser criado um plano de tratamento completo com o médico, que seja devidamente adaptado às necessidades e condição de saúde da pessoa com Diabetes.
Diabetes Tipo 2
Na Diabetes Tipo 2, o pâncreas produz insulina, mas não é o suficiente. Contrariamente à Diabetes Tipo 1, os sintomas da Diabetes Tipo 2 no adulto são manifestados tardiamente o que pode compromoter o seu diagnóstico durante vários anos, sendo apenas identificada com o surgimento de complicações.
Fatores de risco
- Obesidade
- Dieta desequilibrada
- Estilo de vida sedentário
- Fatores Genéticos
- Idade avançada (+40 anos)
Quais são os sintomas da Diabetes Tipo 1 e Tipo 2?
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Poliúria (aumento do volume e da frequência da micção)
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Polidipsia (sede intensa)
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Fadiga e cansaço
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Visão turva
Na Diabetes Tipo 1, os sintomas instalam-se rapidamente, começando a surgir na infância. Para além dos sintomas acima referidos, também é comum na Diabetes Tipo 1 verificar-se2:
- Boca seca
- Perda de peso
- Aumento do apetite
Diabetes Gestacional
A Diabetes Gestacional é um tipo de Diabetes que afeta as mulheres no período da gravidez. Durante a gestação, algumas hormonas secretadas pela placenta neutralizam a ação da insulina. Se o pâncreas não responder às necessidades, existe um aumento de glicose no sangue, causando a Diabetes. Cerca de 2% a 6% das mulheres grávidas, são afetadas pela Diabetes Gestacional. Contudo no final da gravidez, esta patologia tende a terminar.
Conheça as complicações da Diabetes
A persistência de um nível elevado de glicose no sangue resulta em complicações. Saiba quais são e como prevenir.
O que é o Pé Diabético?
O pé do diabético está frequentemente exposto a risco de complicações - lesões tróficas como úlceras ou infeções nos membros inferiores. Estas lesões são consequência dos efeitos de dois fatores: a aterosclerose (alteração vascular) e a neuropatia (degeneração dos nervos causada pelo efeito da glicose nos nervos que chegam aos pés).
Sintomas
- Surgimento de feridas devido à pele seca
- Perda de sensibilidade, o que impede a perceção da dor
- Deformações extremas (Pé de Charcot)
- Sensação de pés quentes
- Ausência de reflexo no pé
- Hiperqueratose: espessamento da pele
Fatores de risco
- Calçados mal adaptados
- Higiene insuficiente dos pés
- Falta de acompanhamento por podologista
O que é a Retinopatia?
A Hipertensão e a Hiperglicemia danificam os vasos sanguíneos da retina. O número de pessoas com Diabetes abrangidas pelo Programa de Rastreio da Retinopatia Diabética tem vindo a aumentar cada vez mais desde 2009 (+283%). Esta doença tem uma maior prevalência entre idosos, contudo, desenvolve-se mais rapidamente em pessoas com diabetes.
Causas
- Hipertensão
- Hiperglicemia
Prevenção
O equilíbrio glicemico e o equilíbrio da pressão arterial reduzem o risco de complicações oftálmicas.
É recomendada a realização de, pelo menos, uma avaliação de rastreio da retinopatia diabética por ano.
O que são as Doenças Cardiovasculares?
As doenças cardiovasculares afetam o sistema circulatório, ou seja, o coração e os vasos sanguíneos. As doenças cardiovasculares são de vários tipos. A arteriopatia (doença das artérias) pode ser condicionada pela deposição progressiva de colesterol nas artérias (aterosclerose) diminuindo ou mesmo obstruindo a adequada chegada de sangue a diversos órgãos. A doença arterial dos membros inferiores é causa de limitação na deambulação por dor até amputações.
A Doença Cardiovascular atinge:
O coração - angina pectoris (dor no peito), enfarte agudo do miocárdio
As artérias cerebrais - acidentes vasculares cerebrais
As artérias dos membros inferiores - doença isquémica
Fatores de Risco
- Hiperglicemia prolongada
- Tabaco
- Excesso de Colesterol
- Hipertensão Arterial
Medidas preventivas
- Boa gestão da diabetes
- Monitorização da pressão arterial e do colesterol
- Dieta equilibrada
- Atividade física regular
O que é a Nefropatia?
A diabetes pode afetar os rins de modo a causar nefropatia. O primeiro sinal da nefropatia é a existência de pequenas quantidades de uma proteína, chamada albumina, na urina. Em situações mais graves, a nefropatia pode culminar numa insuficiência renal, sendo necessário recorrer à hemodiálise para que o sangue seja purificado.
Medidas preventivas:
O controlo de fatores de risco assemelha-se à monitorização da pressão arterial (fator de risco) bem como o doseamento periódico da microalbuminúria, é determinante. Também a prevenção, com base na monitorização da glicemia intersticial, e o controlo eficaz da glicemia podem reduzir o risco de ocorrências.
O que é a Neuropatia?
A neuropatia (lesão dos nervos) surge do aumento da glicose no sangue afetando os nervos periféricos e caracteriza-se por diversos graus de distúrbios sensoriais e motores. Inicialmente a neuropatia pode não apresentar sintomas nem sinais, contudo, posteriormente poderão manifestar-se da seguinte forma:
- Pé dormente
- Mão dormente
- Perda de coordenação
- Fraqueza muscular ou paralisia se os nervos motores forem afetados
Fatores de Risco
- Deficiente controlo da glicose no sangue
- Duração da diabetes
- Lesão nos rins
- Sobrecarga de peso
- Tabagismo
Medidas preventivas
- Monitorização diária dos sintomas
- Procurar o melhor equilíbrio glicémico
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Fontes
Observatório da Diabetes: Diabetes Factos e Números o Ano de 2015 - Sociedade Portuguesa de Diabetologia
https://controlaradiabetes.pt/entender-a-diabetes/diabetes-mellitus-tip…
https://apdp.pt/viver-bem-a-diabetes/tipos-de-neuropatia-diabetica/